quarta-feira, agosto 27

Em conversas sobre viagens em Portugal ouvi atentamente contar viagens por terras do Alentejo. Fiquei curiosa com o que me contavam. Contavam-me sobre o tempo e as suas alterações; das populações e o nível cada vez mais elevado de desertificação; dos serviços e vida comercial cada vez menor e mais empobrecida; do belo, do branco de cada habitação contrastante com o vermelho da terra; das publicidades de venda de habitações…muitas ao que parece. Falavam de Elvas… pérola Alentejana.
E então quem são os novos donos dessas habitações?
Estão todas a ser compradas por Espanhóis. Todas.
De repente vi-me a reviver a história Portuguesa e de Espanha. Fiquei calada a ouvir o que me contavam.
Contaram que num dos passeios depararam com um forte património do Estado Português completamente abandonado, de portas abertas e memórias destruídas. Ouvi, com pena, o desprezo do estado aos nossos antigos fortes e castelos. Muitos abandonados encontram a seus pés placas de informação dos apoios do FEDER, patrocínios atirados ao chão ou quem sabe com destino diferente.
Falaram-me do Alqueva.
Disseram-me que um grande número de propriedades envolventes têm estado a ser adquiridas por espanhóis.
Lembrei-me de Olivença.
Nesse tempo o domínio fora tido por luta ou negociação entre Estados.
Realidade bem distinta da de hoje.
O que se passa é que de forma silenciosa se vai Portugal passando para Espanha.
Os nossos bebes[1] vão nascer a Badajoz sendo aí registados.
Os terrenos, as casas postas á venda por não haver quem as habite, são adquiridos por Espanhóis.
Não se trata de Nacionalismo.
Trata-se de uma mera constatação.
Trata-se de uma reflexão sobre algo que me deixa preocupada e faz-me questionar sobre a posição do Governo Português.
Será que a nossa inviabilidade é de tal que necessitemos que seja o nosso vizinho a dar-nos viabilidade?
Só que a história já nos deu a conhecer uma vez que tal não é propriamente benéfico para Portugal, da outra vez saímos da gestão Espanhola mais pobres.
Será estratégia de crescimento sustentado?
Se calhar é!
Será por isso a crescente necessidade dos movimentos regionalistas em nome da nossa independência e autonomia?
Talvê !
[1] Não havia viabilidade económica para manter em actividade a maternidade.
Descalço?


Não…
Não tem é sapatos.

segunda-feira, agosto 25

U.S. Regulation Stops Short of Defining Abortion

Uma noticia de 22/8/2008 publicada pela IPPF que me parece relevante:
"Washington - health officials released a controversial regulation on Thursday to protect health professionals who do not want to provide abortions or certain other health care services.
The regulation could strip federal funding from employers or institutions that fire a doctor, nurse, pharmacist or other health professional who refuses to provide abortion care or information.
But it no longer defines some types of contraception as abortion, after family planning groups complained an earlier draft would have defined abortion to include birth control pills and the intrauterine device or IUD.
"This is about protecting the right of a physician to practice medicine according to his or her moral compass," Health and Human Services (HHS) Secretary Michael Leavitt told reporters in a conference call. "There is nothing in this rule that would in any way change a patient's right to a legal procedure."
He said it enforces three existing federal laws. Those laws allow providers to opt out of offering the abortion pill RU-486 and emergency contraception.
The Planned Parenthood Federation of America said the regulation was deliberately vague.
"At least they wrote a definition of abortion," Roger Evans, director of litigation at the group, told reporters.
"It will have the same net effect, which is to set the stage for women being denied access to healthcare, women being denied information ... and women even being denied referrals," Evans added.
He said his group would lobby to have HHS change the rule during the three-day comment period before it takes effect.
"This is just one more example of the Bush Administration putting ideology ahead of science and women's health," New York Democratic Sen. Hillary Clinton said in a statement. She said she would also fight the regulation.
"People should not be forced to say or do things they believe are morally wrong. In particular, health care providers should not be forced to provide services ... against their consciences," Leavitt said.
Federal law is "explicit and unwavering" on this, he added. "Unfortunately, many in the health care community either aren't aware of those statutes or don't support them."
Recipients of certain HHS funding must show they are complying with this, and they can lose funding if they are not, he said.
One of the three laws includes the 1973 Church Amendment, proposed by then-Idaho Republican Sen. Frank Church, which barred the government from requiring health care providers to take part in abortion or sterilization procedures against their moral or religious convictions.
In 1996, section 245 of the Public Health Service Act prohibited the federal government and state or local governments that receive federal funds from discriminating against individual and institutional health care providers that refused to receive training in abortions.
The Weldon Amendment, first added in 2005, bars giving HHS funds to any state or local government or federal agency or program that discriminates against health care entities that do not provide, pay for, provide coverage of or make referrals for abortion."

quarta-feira, agosto 20

VIOLAÇÃO uma realidade mundial

Porque hoje me foi enviado um email sobre as mulheres no mundo e por nele ter visto imágens bonitas, mas todas elas ligadas ao papel da mulher mãe, dona de casa, pobre, trabalhadora sacrificada lembrei-me de publicar uma das mais significativas frazes que já li.
"A Violação é uma realidade mundial. Nos países ricos como nos pobres, independentemente das diferenças culturais, religiosas e sociais, as mulheres continuam a ser frequentemente consideradas como objectos. O dominio conjugal é, em toda a parte, o cenário privilegiado dos maus - tratos sexuais".
Sandrine Treiner
Pese os grandes movimentos feninistas, as leis das quotas e as legislações internacionais e nacionais defensoras da igualdade entre homem e mulher, mantem-se viva a premissa clássica de que a mulher é propriedade do homem.

domingo, agosto 17


Hoje enquanto me deliciava em volta de livros numa das livrarias nacionais de parei-me com um livro super interessante O REINO DAS MULHERES – O Último Matriarcado de Ricardo Coler. Depois de ler atentamente Simone de Beauvoir entre outros livros subordinados ao tema da dicotomia dos géneros e a incessante luta entre ambos, dou de caras com este livro.

Li o resumo e de seguida folheie e li páginas soltas do livro criando os primeiros paços de intimidade com o do seu conteúdo.


A questão colocada é a de sabermos se os papéis que assumimos e o carácter das nossas relações familiares, sexuais, laborais são naturais, adquiridos ou impostos?


Pois o Reino das Mulheres: o retrato de uma viagem ao último matriarcado puro do mundo.
Como será uma sociedade em que mandam as mulheres? Ricardo Coler viajou até Loshui, província de Yunnan, para descobrir. E ficou a saber que na comunidade Mosuo, com cerca de 25.000 habitantes, são as mulheres quem tem o papel principal. Em tudo.
Será pois um livro que me irá transportar para uma realidade que me fará pensar o papel das mulheres na sociedade ocidental.
“Aqui, sobre o tabuleiro, as peças estão distribuídas de outra forma. Homens e mulheres posicionam-se em posições distintas daquelas a que estamos habituados. Elas têm todas e cada uma das prerrogativas enquanto que eles carecem das mínimas. É uma variante do jogo, um guião diferente para a drama – comédia - tragédia dos sexos”, reflecte o autor no seu livro.


Um desafio interessante para quem queira meditar no feminino.

terça-feira, agosto 12

Carta de Intenções da CIDADANIA PRÓ

Carta de Intenções e Missão
1. A CIDADANIA PRÓ é um movimento cívico que tem na sua génese a consciência cívica de que todos são igualmente responsáveis por uma participação activa na defesa dos Valores Constitucionalmente.
2. A CIDADANIA PRÓ tem como objectivos contribuir, através da intervenção cívica activa de pequenas e grandes acções, para a formação de uma consciência cívica na defesa da génese sócio, cultural e bio - diversa do cidadão
3. A CIDADANIA PRÓ é um movimento de acção civil independente, transversal e aberto a todos os cidadãos que tenham interesse em apresentar projectos e planos de acção em nome da igualdade e democracia de participação de todos
4. A CIDADANIA PRÓ não tem intuito de se constituir em partido político. É um espaço de cidadania livre exclusivamente vinculada ao interesse do colectivo e de cada um pessoa em pleno respeito pela sua dignidade5. A CIDADANIA PRÓ actuará promovendo o debate público de temas, projectos, alternativas de interesse colectivo de âmbito mundial, nacional, regional e local, realizará petições, estudos e levantamentos das necessidades de todos os cidadão e iniciativas legislativas de cidadãos
6. A CIDADANIA PRÓ propõe-se desenvolver acções de estudo e pesquisa de temas de utilidade pública em nome da cidadania e da igualdade de oportunidades para todos.
7. A CIDADANIA PRÓ desenvolverá programas de acção de divulgação de informação, acompanhamento e formação para uma cidadania consciente e participativa.
8. A CIDADANIA PRÓ organizar-se-á em rede e em conformidade com os estatutos defendidos como associação para a sua organização e realização da sua missão
9. A CIDADANIA PRÓ está aberta a todos os cidadãos que acreditam que das pequenas tomadas de decisão e acções pode ser possível zelar por valores de agregação do todo colectivo.