domingo, agosto 17


Hoje enquanto me deliciava em volta de livros numa das livrarias nacionais de parei-me com um livro super interessante O REINO DAS MULHERES – O Último Matriarcado de Ricardo Coler. Depois de ler atentamente Simone de Beauvoir entre outros livros subordinados ao tema da dicotomia dos géneros e a incessante luta entre ambos, dou de caras com este livro.

Li o resumo e de seguida folheie e li páginas soltas do livro criando os primeiros paços de intimidade com o do seu conteúdo.


A questão colocada é a de sabermos se os papéis que assumimos e o carácter das nossas relações familiares, sexuais, laborais são naturais, adquiridos ou impostos?


Pois o Reino das Mulheres: o retrato de uma viagem ao último matriarcado puro do mundo.
Como será uma sociedade em que mandam as mulheres? Ricardo Coler viajou até Loshui, província de Yunnan, para descobrir. E ficou a saber que na comunidade Mosuo, com cerca de 25.000 habitantes, são as mulheres quem tem o papel principal. Em tudo.
Será pois um livro que me irá transportar para uma realidade que me fará pensar o papel das mulheres na sociedade ocidental.
“Aqui, sobre o tabuleiro, as peças estão distribuídas de outra forma. Homens e mulheres posicionam-se em posições distintas daquelas a que estamos habituados. Elas têm todas e cada uma das prerrogativas enquanto que eles carecem das mínimas. É uma variante do jogo, um guião diferente para a drama – comédia - tragédia dos sexos”, reflecte o autor no seu livro.


Um desafio interessante para quem queira meditar no feminino.

3 comentários:

Dri disse...

Ler o post fez aumentar a curiosidade sobre o livro. estou tentada a sair para o ir comprar... É bom que se comece a admitir aquilo que há muito existe: o matriarcado no Mundo

marina disse...

O estatuto refere-se à posição que o indivíduo ocupa na sociedade, que lhe confere determinados direitos e lhe permite esperar comportamentos e atitudes por parte dos outros. Factores como a idade, o sexo, a profissão, o nível económico, a educação, as habilitações literárias, a competência ou o prestígio podem estar na origem de um certo estatuto.
Os estatutos podem ser atribuídos ou adquiridos. São atribuídos quando o indivíduo nada faz para os ter, são-lhe impostos por pertencer ao género masculino ou feminino, a esta ou aquela casta ou etnia. São adquiridos quando dependem dos nossos esforços, da nossa iniciativa e das nossas capacidades; relacionam-se com a profissão, a formação académica, a aquisição de bens e serviços e a conquista de prestígio e poder.
Não obstante, a cada estatuto corresponde um papel. O papel é, então, o conjunto de comportamentos que a sociedade exige ao indivíduo e que constituem os seus deveres. O papel coincide com as funções que o indivíduo desempenha na vida social, com o contributo que este dá ao meio social em que está inserido.
O papel e o estatuto devem ser compatíveis e complementares: se nos sentimos bem com o papel que desempenhamos e respeitamos o estatuto dos outros, estamos a contribuir para o equilíbrio social. Contudo, cada um de nós desempenha vários papéis ao mesmo tempo, o que pode originar conflitos, pois existem comportamentos que não são compatíveis entre dois ou mais papéis – conflito intrapapéis.
A todo o momento vivemos esta experiência de conflito: uma mãe com uma vida social muito ocupada que se sente culpada, pois acha que deveria dar mais atenção aos filhos; um aluno que durante um teste hesita em deixar copiar um colega...
Todavia, é esta experiência de conflito que conduz à necessidade de optar em relação aos papéis a desempenhar. A vida é feita de escolhas e é fazendo e assumindo essas escolhas que nos construímos como pessoas, que aprendemos e ficamos mais maturo...

cidadania - pró disse...

Desde já gratos, é sempre gratificante saber que algo que se escreve pode ser relevante e gerador de troca de opiniões.
O livro já foi lido e aconselho a ler. Não se trata de um livro brilhante, também não o esperava, mas é uma referência à existência de outras realidades. É interessante uma vez que nos permite mais do que um exemplar da literatura encontrar outras dinâmicas sociais, económicas e culturais.
Fiquei com vontade de ir lá pela diferença de paradigma.
Não somos os únicos e os conceitos e vínculos pré concebidos desde a nossa gestação não são de forma alguma exclusivos e os mais…qualquer coisa.
É um ponto de partida de novos pensamentos e intervenções.