Será que um africano é diferente de um lapão? Será que um chinês é diferente de um pigmeu? E um português? Será que é diferente de um aborígene? À primeira vista parece que sim, mas, será mesmo? Olhando para as características físicas, naturalmente que sim. Agora, será que existe variação genética diferente? Um estudo de ADN comprova que a variação genética entre dois seres humanos de raças diferentes é inferior à dos chimpanzés. Portanto, dois chimpanzés (aparentemente iguais) diferem mais geneticamente do que dois seres humanos com características físicas distintas.
O estudo científico demonstra isso mesmo: igualdade entre os seres humanos. Parece uma simples notícia, mas não é, pois há muito tempo que assuntos tão importantes como o racismo, diferenciação social, xenofobia e nacionalismo são um problema global.
Vejamos então o caso do racismo. Até na Antiguidade se praticava! Quem é que não se lembra do caso da II Guerra Mundial, onde milhões de judeus foram mortos e torturados pelo simples desejo de um homem? Seriam as suas raças assim tão diferentes? Porquê? Pura obsessão! Ainda hoje este acontecimento tão gregário gera revolta em muitos de nós. Mas este é “apenas” um caso em tantos outros que se praticam diariamente e por todos nós. Quem é que já não sofreu um comentário desagradável ao entrar em “território alheio”? Pessoas negras, asiáticas, indianas ou índias sofrem na pele o preço da diferença, ao conviverem com pessoas que ainda desconhecem esta nova descoberta no campo genético. Será que o ser humano chegou a um estado patológico tão deprimente que precise desta informação científica comprovada para entender e aceitar a igualdade entre os povos? Onde está a sensibilidade e a aceitação? Onde estão os valores morais adquiridos? Certamente não serão assim tão difíceis de encontrar. Basta parar e olhar em redor. O que vemos? Vemos um sortido de povos com características físicas muito diferentes, mas que afinal de contas, “por dentro” (segundo o estudo científico) somos tão semelhantes que nos completamos. Esta grande diversidade de povos é tão fantástica que inspirou investigações em cada um dos grupos étnicos. Aliás, também nesse campo, a ciência fez progressos, ao dizer que a variação genética permite adquirir dados úteis para a investigação médica, ou seja, a cura de certas doenças pode estar aí, nessa semelhança genética.
Fantástico não é? É pena que só há algum tempo é que o Homem se tenha apercebido disso. Quer através da ciência, quer pela nossa humanidade, verificamos a necessidade de uns dos outros para conseguir equilibrar o dinamismo do diferente, entendendo que pertencemos a etnias com diferentes culturas e cuja diferença é necessário compreender e respeitar, para o bem de todos nós.
Autora: Marina Magalhães
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